quarta-feira, 5 de maio de 2010

Por que Rastros de Cthulhu será o lançamento do ano?

No cenário nacional do RPG, com publicações relativamente escassas se comparadas às de monstros do RPG, como a indústria americana, há sempre uma expectativa sobre o lançamento de algo que vá chacoalhar o mercado. Esse ano, já fiz minha aposta: Rastro de Cthulhu, da editora Retropunk, será o livro mais importante lançado no país.
Mas por que? Antes de mais nada, é importante que analisemos primeiramente as duas maiores editoras do país, a Jambô e a Devir.

Por parte da Jambô, o lançamento de 2010 que mais chama a atenção é, certamente, o Tormenta RPG. Seu sistema foi inspirado no D&D 3.5, no Pathfinder e no M&M. Será realmente um grande lançamento nacional, mas o que não o torna tão espetacular quanto ao rastro é uma questão de ineditismo. O fato é que ele será mais um RPG medieval em língua portuguesa, para competir com o D&D 4ª Edição da Devir. Não será nenhuma novidade espetacular que já não tenha algo parecido em língua portuguesa. Mas que será um grande livro, e que eu espero ansioso, isso ele será. Vou converter a campanha que mestro em Tormenta inteiramente quando ele chegar.

Por parte da Devir, vemos lançamentos como o livro do monstro, livro do jogador 2, ambos para a 4ª edição do já tão batido (e ainda sim jogado, inclusive por mim) D&D. Para o WoD, vemos o Mago:o Despertar como o lançamento hecatombe. Nada de novidade explosiva, empolgante. Sinceramente, talvez se Changeling: the Lost fosse lançado esse ano ainda (este sim, um vencedor de Ennies, e a melhor coisa do novo WoD)... mas como não será, já era.

Ou seja, as editoras maiores nos premiam com Mais do Mesmo. E ninguém aposta em projetos nacionais, coisas de gente daqui criando. Ou seja, somos obrigados a nos curvar ao “american way of life” do RPG, mesmo quando criamos um sistema de RPG, baseado em outros, americanos. Por isso, é normal que o lançamento do ano seja outra tradução.

Por isso, acredito que Rastro de Cthulhu será o lançamento do ano, pelos seguintes motivos:
- Todo mundo espera há mais de 20 anos por um RPG traduzido nacional sobre os Mithos de Cthulhu;
- O Rastro (para quem já mestrou tanto o Call of Cthulhu quanto Rastro como eu) possui um sistema mais inteligente que seu antecessor, e por isso foi tão premiado;
- O mercado de RPGs de terror precisava de algo legal assim há muito tempo no Brasil;
- O Rastro é um RPG “indie”, mercado meio esquecido das publicações nacionais (que optam sempre pelos Pops);
- E, obviamente, porque eu sou num fanático por Lovecraft e tudo que surgiu de RPGs e boardgames relacionados a ele;

A Editora Retropunk é nova no mercado, e torço muito para que ela consiga publicar da melhor forma possível esse livro. Uma "terceira força" no mercado nacional seria algo bem interessante.

Obviamente, isso é uma opinião pessoal, que não significa a verdade absoluta. Tenho certeza que existem vários pensamentos diferentes do meu, que eu respeito. Mas é o que eu acho, e ponto final.

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